Um pouco sobre a história do nosso vinho
Um grande vinho produzido na mais pequena região vinícola do país
D e renome internacional e de tradição secular, o Vinho de Carcavelos detém qualidades reconhecidas e confirmadas pela Carta de Lei de 18 de Setembro de 1908, na qual foi definida a região demarcada, então "formada pelas freguesias de S. Domingos de Rana e Carcavelos, do concelho de Cascais, e pela parte da freguesia de Oeiras que é tradicionalmente reconhecida por produzir vinho generoso", bem como os princípios gerais da sua produção e comercialização. A produção deste vinho situa-se portanto em área situada dentro do território dos municípios de Cascais e de Oeiras, naquela que é a mais pequena região vinícola de Portugal.
No entanto, muito antes, já no séc. XIV, documentos selados com a chancela real, se referiam aos “bem cuidados vinhedos de Oeyras”. Depois, no século XVIII, com a ascensão de Sebastião José de Carvalho e Melo, Ministro do Reino, feito Conde de Oeiras em 15 de Julho de 1759 e posteriormente Marquês de Pombal, o vinho generoso de Carcavelos foi refinado na sua produção, face às qualidades fantásticas da sua quinta em Oeiras.
Bem cuidados vinhedos de Oeyras"
Citado de documentos do séc XIV, selados com a chancela real
No último quartel do século XVIII, era já um vinho prestigiado e conhecido das elites europeias. A produção chegou a atingir 3.000 pipas nos primeiros anos de oitocentos, verificando-se intensa exportação, sobretudo através de Inglaterra, para mercados como a América do Norte, Índia e Austrália.
Reza a História que, a atestar a excelência do “Carcavelos”, estará uma valiosíssima oferta de D. José I, Rei de Portugal e dos Algarves, ao poderoso Imperador da China. Pois assim foi: através do embaixador português chegaram às mãos (e à boca) do dito imperador, duas esplêndidas garrafas de vinho “Carcavellos” proveniente da oeirense quinta agrícola do seu 1º ministro, o “ilustrado” Sebastião José. Parece que se seguiram muitas mais!
Porém, nem só de momentos bons viveu o “Carcavelos” pois ao longo da sua já longa existência teve alguns reveses, em virtude das pragas vinhateiras. Foi o que aconteceu décadas mais tarde com a terrível filoxera que assolou o país e quase o extinguiu. Associada a esta desgraça surgiu, na segunda metade do Século XX, a necessidade de urbanizar terrenos e com ela outra terrível praga: a especulação imobiliária!
Na década de 1980, as Quintas da Ribeira, dos Pesos e da Samarra, em Caparide, arriscaram reiniciar nos seus terrenos a prática produtiva interrompida, esforço que a Câmara Municipal de Cascais (CMC) reconheceu, através da respectiva inclusão no Catálogo-Inventário do Património Municipal. Em vista está ainda a implementação de um projecto museológico, através da recuperação e adaptação da adega e respectivos anexos a Museu, apoiando assim a CM Cascais a retoma da produção do vinho generoso, criando rotas enoturísticas no território e associando-se às iniciativas da Confraria de Enófilos do Vinho de Carcavelos.
Por seu turno, a Câmara Municipal de Oeiras tem investido nas últimas décadas verbas consideráveis na preservação e manutenção da vinha já existente na antiga Quinta de Cima, na plantação de nova área e na recuperação do edificado, particularmente no Casal da Manteiga (estrutura do século XVIII integrada na referida quinta), bem como na aquisição de pipas, garrafas e em todos os aspectos administrativos de normalização do processo de produção.
Na sequência deste investimento, e concretamente a partir de 2001, a produção de vinho licoroso de Carcavelos, passou a fazer-se na adega do Casal da Manteiga, sendo a produção partilhada em partes iguais pela autarquia e pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária (L-INIA).
Resta dizer que o “Carcavelos” é constituído pelas seguintes castas: Arinto, Galego Dourado e Ratinho, e apresenta uma cor de mel. É fortificado em grande parte com a famosa aguardente da Lourinhã. Evidencia altíssimos padrões de qualidade, e integra com o “Porto”, o “Madeira” e o “Moscatel de Setúbal”, o restrito grupo dos vinhos generosos portugueses, sendo considerado por inúmeros enólogos como um dos melhores aperitivos portugueses e um óptimo digestivo.
Castasrecomendadas
percentagem mínima recomendada
Brancas Galego Dourado, Boal, Ratinho e Arinto Tintas Periquita (Santarém ou Trincadeira) e Preto Martinho (Negra-Mole)
Castasautorizadas
percentagem máxima autorizada
Brancas Rabo de Ovelha e Seara Nova Tintas Trincadeira-Preta (Espadeiro ou Torneiro)
Os produtores de Vinho Carcavelos
Conheça um pouco sobre os nossos produtores. Veja nos seguintes separadores as suas características.Visite a página da nossa Loja de Vinhos para saber como comprar o seu Vinho Carcavelos preferido.
Trata-se de um vinho bem marcado pelas características naturais da região: terrenos calcários de declives voltados para sul, com temperaturas amenas e ventos de norte a subtraírem a humidade marítima.
É um Vinho Licoroso/Generoso de Qualidade Produzido em Região Demarcada (VLQPRD) com Denominação de Origem Demarcada (DOC), de cor topázio, aveludado, delicado, com aroma amendoado, adquirindo um perfume característico com o envelhecimento.
Produzido pela Câmara Municipal de Oeiras na Quinta do Marquês de Pombal em terrenos da ex-Estação Agronómica Nacional, é fortificado em grande parte com a famosa aguardente da Lourinhã e evidencia altíssimos padrões de qualidade. Integra com o “Porto”, o “Madeira” e o “Moscatel de Setúbal”, o restrito grupo dos 4 vinhos licorosos/generosos portugueses.
Neste momento a área de vinha global dos produtores de Carcavelos em activo é de – 25 ha sendo a da Quinta do Marquês de Pombal de 12,5 ha. O volume de produção atingiu em 2015, quanto ao Vinho Branco Apto a Carcavelos – 60.450 litros, e quanto Vinho Tinto Apto a Carcavelos – 1.000 litros. Já em 2016 a produção quanto ao Vinho Branco Apto a Carcavelos foi de 33.200 litros.
- Selezione del Sindaco 2012 – Grande Medalha de Ouro (golden medal)
- Concurso de Vinhos de Lisboa 2012 – Ouro (Gold medal)
- International Wine Challenge 2013 – Silver
- Concours Mondial de Bruxelles 2013 – Silver
- International Wine & Spirit Competition 2014 – Silver Outstanding
- International Wine Challenge 2014 – Silver
- Portugal Wine Trophy – 2016 Ouro (Gold medal)
Vinho com Teor Alcoólico Volume de (%) 19,5. Vinho generoso muito velho, apresenta um aroma discreto mas muito fino, diferente de todos os outros generosos. Muito delicado, ligeiro fruto seco, boca elegante e seca, mas com um final longo e macio.
Vinho comercializado directamente pelo produtor e também pela Garrafeira Nacional
Vinificação: As uvas após desengace são esmagadas e prensadas. O mosto lágrima fermentou em tonéis de madeira, durante aproximadamente 1 mês. Após terminar fermentação alcoólica é adicionada a aguardente vínica necessária para elevar o teor alcoólico a cerca de 20%. A esta aguardente foi adicionada uma percentagem de mosto lágrima para que o vinho contenha algum açúcar residual. O seu envelhecimento procedeu-se durante vários anos em tonéis de madeira.
Cor Âmbar com laivos dourados.
Aroma Intenso denotando idade e grande evolução.
Notas de especiarias e frutos secos (amêndoa e avelã), envoltas numa suave e agradável e uma notável acidez final.
Prova: Aveludado com sabor caramelizado e notas de figos secos, passas e algum fumado persistente. Encorpado e bem balanceado entre a sua estrutura e uma notável acidez final.
Gastronomia: Excelente como aperitivo ou digestivo.
A Quinta do Barão, situada no limite do concelho de Cascais com o concelho de Oeiras, constitui uma das marcas mais emblemáticas do legado histórico relativo à produção vitivinícola na região, nomeadamente do vinho generoso de Carcavelos, apreciado pelas elites europeias e internacionalizado em larga escala a partir da segunda metade do século XVIII.